Estatais registram déficit de R$ 1 bilhão em janeiro, aponta Banco Central

Relatório do Banco Central aponta contraste entre o prejuízo das estatais e o superávit de R$ 104,1 bilhões no setor público consolidado.

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Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília

As estatais federais iniciaram 2025 com resultado negativo. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que, em janeiro, essas empresas registraram um déficit de R$ 1 bilhão. 

O resultado reflete o desempenho das empresas controladas pela União, que incluem gigantes como Petrobras, Eletrobras, Correios e Banco do Brasil. 

O déficit ocorre em um momento de dificuldades fiscais, com o governo buscando ampliar receitas e controlar despesas para cumprir a meta de zerar o déficit primário neste ano.

A equipe econômica vem sinalizando medidas para melhorar o caixa das estatais, como maior controle de despesas e possíveis ajustes em políticas de dividendos. 

O governo Lula tem defendido a atuação das estatais como instrumento de políticas públicas, ampliando investimentos e programas sociais. 

O resultado das estatais contrasta com o desempenho do setor público, que alcançou um superávit primário recorde de R$ 104,1 bilhões no mesmo período. 

O superávit do setor público foi impulsionado pelo Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS), que registrou um saldo positivo de R$ 83,150 bilhões, o maior já registrado para qualquer mês na série histórica do Banco Central. 

Reações no Congresso

Governistas têm usado o relatório divulgado pela autoridade monetária para enaltecer o superávit de mais de R$ 100 bilhões do setor público.

Para o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), esse resultado demonstra que “o governo tem responsabilidade fiscal”.

Já a oposição constrói sua crítica baseada no déficit das estatais. Para o deputado Sanderson (PL-RS), o rombo “é resultado de uma gestão incompetente que só pensa em resultados populistas”.

“Durante o governo Bolsonaro o que nós víamos eram recordes de superávit nas estatais. Nos governos petistas, é só déficit gigantesco. Isso é resultado de uma gestão incompetente que só pensa em resultados populistas.”

Enquanto esse debate segue, o governo mantém os olhos voltados para o Poder Legislativo, aguardando a votação do Orçamento de 2025. 

Até o momento, a peça orçamentária ainda não foi apreciada, o que limita a execução de diversas ações governamentais. A expectativa inicial era de que a votação ocorresse já na próxima semana.

No entanto, há quem avalie que o processo pode se arrastar até abril. Isso porque tanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, devem integrar a comitiva de Lula em viagem oficial ao Japão. 

A visita ao país asiático está programada para ocorrer entre os dias 24 e 27 de março, o que poderia postergar a deliberação sobre o tema para abril.