O Brasil atravessa uma das mais graves crises financeiras de sua história recente. Em setembro de 2025, o número de consumidores inadimplentes atingiu 78,2 milhões, o maior patamar já registrado. Isso representa cerca de 42,36% da população adulta negativada, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)
Esse cenário é ainda mais alarmante quando se observa o comprometimento da renda das famílias. Em julho de 2025, o comprometimento médio da renda com dívidas totais foi de 27,9%, ante 28% em junho e 26,9% no mesmo mês do ano anterior. Desconsiderando os endividados com financiamento imobiliário, a fatia da renda ocupada pelas parcelas das dívidas subiu de 24,8% para 25,8%.
Além disso, 18,8% dos consumidores têm mais da metade de seus rendimentos comprometidos com dívidas, o maior percentual desde o início da série histórica. Esse endividamento excessivo tem impactos diretos no consumo das famílias e na saúde financeira das empresas.
O endividamento das famílias também atingiu níveis recordes. Em setembro de 2025, 79,2% das famílias estavam endividadas, o maior percentual desde outubro de 2022. Esse cenário reflete o agravamento da crise econômica e a dificuldade das famílias em honrar seus compromissos financeiros.
O número de empresas inadimplentes também é preocupante. Em 2024, cerca de 6,9 milhões de empresas estavam inadimplentes, representando aproximadamente 31,6% das companhias existentes no país. Esse elevado número de empresas endividadas reflete a fragilidade do setor empresarial brasileiro e a dificuldade das empresas em acessar crédito e manter suas operações.
Esse cenário de endividamento generalizado tem consequências diretas na economia. O consumo das famílias, que representa uma parte significativa do PIB, está restrito, afetando o desempenho do comércio e da indústria. Além disso, as empresas enfrentam dificuldades financeiras, o que pode levar a demissões e fechamento de negócios.
A crise fiscal do governo também contribui para esse cenário. Apesar de uma arrecadação recorde de R$ 2,7 trilhões em 2024, o país registrou um déficit primário de R$ 17,3 bilhões em agosto do mesmo ano, indicando que as contas públicas não estão equilibradas.

Esse quadro exige medidas urgentes para aliviar o endividamento das famílias e das empresas. É necessário implementar políticas públicas que promovam a renegociação de dívidas, a redução da taxa de juros e o estímulo ao consumo e à produção. Sem essas ações, o Brasil corre o risco de aprofundar ainda mais a crise econômica e social.

