Praticamente nenhuma marca de café de torra escura vendida em um supermercado de Teresina sai hoje por menos de R$ 13,50 o pacote de 250 gramas, o que indica o preço do quilo em pelo menos R$ 54,00.
É certamente caro, mas vai ficar ainda mais caro.
Desde maio do ano passado, puxado por fatores climáticos e valorização no mercado internacional, o café deve prosseguir a escalada de preços pelos próximos dois meses, segundo projeta a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
O café lidera o aumento de produtos da cesta básica, com alta de 37,4% em 2024 sobre o ano anterior, bem mais que o óleo de soja (+26.6%), arroz (18,4%) e o leite (+18,4), conforme dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Mesmo assim, de acordo com o presidente da Abic, Pavel Cardoso, o preço ainda vai seguir se elevando porque a indústria não repassou ao consumidor toda o custo da compra de café – que foi de 116,7% em 2024 ante o ano anterior.
A Abic prevê que a partir do segundo semestre o preço ao consumidor deva começar a cair.
Mas por que o café ficou tão caro e seu preço persistirá elevado?
Houve queda na produção em face de problemas climáticos, como geadas e secas, que reduziram também o rendimento na lavoura, ou seja, colheu-se menos que o previsto.
Registrou-se um aumento do consumo global do café, reduzindo a oferta interna. A China, por exemplo, saiu em 2023 da 20ª para a 6ª posição entre os maiores consumidores do mundo.