Bolívia e Paraguai reforçam fronteiras após Operação Policial no Rio de Janeiro

Países vizinhos adotam medidas de segurança para conter avanço de facções

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Bolívia reforça fronteiras

A Bolívia reforçou o policiamento nas fronteiras com o Brasil após a megaoperação policial no Rio de Janeiro. O Ministério de Governo anunciou a operação “Escudo de Ferro”, voltada ao controle das regiões fronteiriças nos departamentos de Pando, Beni e Santa Cruz, que fazem divisa com Acre, Rondônia e Mato Grosso. A determinação partiu do presidente Luis Arce, em resposta direta às ações contra o crime organizado no território brasileiro.

O presidente eleito Rodrigo Paz solicitou medidas urgentes para impedir a entrada de criminosos brasileiros no país. O Paraguai intensificou abordagens e iniciou operações de inteligência para identificar membros de facções. O Uruguai afirmou estar “monitorando atentamente” a situação e poderá adotar novas medidas.

Na Argentina, o governo decretou “alerta máximo” e endureceu os controles de entrada de brasileiros. Argentina e Paraguai já reconhecem oficialmente o Comando Vermelho e o PCC como organizações narcoterroristas.

Paraguai autoriza Forças Armadas a agir contra facções brasileiras

Foto: Juan Pablo Pino/EFE

O governo paraguaio anunciou nesta sexta-feira (24) que suas Forças Armadas estão oficialmente autorizadas a atuar diretamente contra facções brasileiras. Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital foram declaradas “organizações terroristas internacionais”. O ministro da Defesa, Óscar González, confirmou a medida em entrevista à rádio ABC Cardinal, destacando que o novo enquadramento jurídico permite ação independente contra os grupos criminosos: “Agora não precisamos mais coordenar com outras instituições para enfrentar esses grupos”.

O decreto presidencial, publicado na quinta-feira (30) após uma megaoperação policial no Rio que deixou 121 mortos, concede respaldo jurídico e operativo às Forças Armadas, à Polícia Nacional e à Secretaria Antidrogas. Segundo o documento assinado pelo presidente Santiago Peña, há “elementos suficientes” que comprovam presença operativa das facções no Paraguai, alertando que o alcance de suas atividades ilícitas “se estende ao território nacional paraguaio”.

González ressaltou que a medida não é apenas simbólica, mas representa uma mudança concreta no modo de atuação das forças de segurança, reforçando o combate internacional a organizações criminosas.