O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, podem se encontrar em Nova York durante a semana de alto nível da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa no dia 22 de setembro. A informação foi confirmada pelo senador americano Marco Rubio nesta terça-feira (9).
Segundo Rubio, Trump tem buscado ampliar sua atuação diplomática em busca de uma saída para o conflito que já dura mais de três anos. “O presidente teve vários telefonemas com Vladimir Putin, várias reuniões com Zelensky e pode se reunir novamente com ele na próxima semana em Nova York”, declarou.
A última vez que Trump e Zelensky se encontraram foi em 18 de agosto, em Washington, com a presença de líderes europeus. Após aquele encontro, Trump defendeu que a próxima fase dos esforços diplomáticos deveria envolver conversas diretas entre Zelensky e Putin, seja em formato bilateral, seja com a sua intermediação.
Apesar das tentativas, o Kremlin tem mostrado pouco interesse em dialogar diretamente com Kiev. Moscou chegou a convidar Zelensky para negociações na capital russa, mas a proposta foi rejeitada. Em resposta, Putin afirmou que um acordo sobre os territórios ocupados pela Rússia seria “impossível”.
Trump também reconheceu a dificuldade em viabilizar esse encontro. No último domingo, disse considerar improvável uma reunião entre os presidentes da Ucrânia e da Rússia. “O ódio entre Zelensky e Putin é insondável. Acho que vou ter de falar por eles, porque se odeiam tanto que quase não conseguem conversar”, afirmou.
Zelensky tem demonstrado abertura para dialogar com Putin em território neutro e já considerou opções como Áustria, Vaticano, Suíça, Turquia e países do Golfo. No entanto, a situação é complicada pelo mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin, acusado de envolvimento no sequestro de crianças ucranianas.
A ordem de prisão impede o presidente russo de viajar a qualquer um dos 125 países signatários do TPI, onde poderia ser detido. Mesmo assim, algumas nações como Áustria e Suíça teriam sinalizado disposição em abrir exceções, caso uma reunião pudesse representar avanço concreto para encerrar a guerra.
As negociações seguem sem perspectiva clara de aproximação entre Kiev e Moscou. O possível encontro entre Trump e Zelensky em Nova York pode indicar novos esforços diplomáticos, mas o fim do conflito ainda parece distante.