O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta quarta-feira (4) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). O encontro deu continuidade às negociações para avançar o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, com potencial impacto direto sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além da proposta de anistia, a reunião serviu para avaliar como o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a chamada trama golpista, da qual Bolsonaro é alvo, pode influenciar o cenário político nacional.
Após o encontro, Motta seguiu para um jantar em Brasília com aliados, enquanto Tarcísio retornou a São Paulo. No Palácio dos Bandeirantes, ele recebeu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro e defensor da anistia.
O tema também será o ponto central da próxima reunião de líderes da Câmara, marcada para a semana que vem. Deputados afirmam que Hugo Motta sinalizou a necessidade de enfrentar o debate, visto como inevitável.
Nos bastidores, a participação de Tarcísio amplia as conversas políticas. Líderes de partidos como PP, União Brasil, Republicanos e PL — com adesões parciais de PSD e MDB — avaliam que a anistia passou a simbolizar a formação de uma coalizão eleitoral para 2026. Esse movimento busca viabilizar Tarcísio como candidato da direita à Presidência, com o apoio de Bolsonaro.
Inelegível após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sob risco de prisão em processo no STF, Bolsonaro é o foco central da proposta. Parte dos bolsonaristas defende uma anistia ampla, que recupere sua elegibilidade e o livre de condenação. Outros dirigentes do centro preferem uma versão mais restrita, deixando de fora a questão eleitoral.
A pressão cresce para que a Câmara paute o projeto. Enquanto isso, partidos do Centrão tentam articular um texto que una as diferentes forças de oposição sem risco de ser considerado inconstitucional.