Por que os defensores da Palestina não comemora o fim da guerra?

Após o acordo que encerrou o conflito e devolveu reféns, muitos ativistas antes engajados na causa palestina desapareceram das redes.

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Líder do Hamas em Gaza declara 'fim completo da guerra' com Israel. Foto: AFP

Trump e o governo de Israel buscaram a todo custo acabar com o Hamas, grupo terrorista que mata mulheres e crianças a sangue frio. Enquanto isso, a esquerda e seus ativistas — sempre em busca de curtidas, doações e novos seguidores — seguem incapazes de resolver qualquer coisa no mundo real. O contraste ficou ainda mais evidente com o cessar-fogo em Gaza: depois de meses de indignação e discursos inflamados, o silêncio agora é ensurdecedor. Nenhuma comemoração, nenhum gesto público de alívio ou empatia. Nada!

E onde está o Itamaraty do governo Lula, que tanto se apressou em acusar Israel, emitir notas duras e posar como guardião da paz? Diante de um cessar-fogo que representa alívio para milhares de vidas, reina o silêncio. Nenhum pronunciamento, nenhuma celebração diplomática. O mesmo se aplica aos “ativistas humanitários” que viajam levando dois quilos de comida e dezenas de câmeras, transformando tragédias em conteúdo. Pedem doações, inflam seguidores e faturam com a dor alheia — enquanto o público, sensibilizado, pouco entende o que realmente acontece.

Segundo analistas, há três possíveis explicações para esse silêncio seletivo.

A primeira é a ideologia acima da empatia. Muitos desses militantes seguem uma cartilha política que define o que pensar e quando se manifestar. Quando a “causa da vez” deixa de servir ao discurso, ela é simplesmente descartada. O sofrimento real se torna irrelevante diante da conveniência ideológica.

A segunda é o viés partidário. O acordo teria sido mediado por um líder de direita, o que leva simpatizantes da esquerda a evitar qualquer reconhecimento público de sucesso — mesmo que isso signifique ignorar o alívio de milhares de vidas. O preconceito político fala mais alto que a humanidade.

E a terceira, talvez a mais incômoda, é que o acordo enfraqueceu o Hamas, o grupo que controla Gaza e usa a guerra como instrumento de poder. Se o silêncio atual revela mais solidariedade ao Hamas do que aos próprios palestinos, então talvez muitos dos que gritavam “Palestina livre” nunca estiveram do lado do povo, mas sim do grupo que o mantinha refém. No fim, a pergunta é direta: quando o sofrimento termina, por que tantos preferem calar?